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12/08/2025

6 Sinais sutis antes do Feminicídio

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É fundamental reconhecer esses sinais de

alerta, não apenas para a vítima, mas também

para amigos, familiares e vizinhos que

podem ajudar a interromper a escalada.


 

O feminicídio raramente acontece de repente. Na maioria dos casos, ele é o ponto final de um longo ciclo de violência que começa com atitudes sutis e vai escalando.

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) define cinco tipos de violência doméstica e familiar, e o feminicídio costuma ser a consequência mais grave de uma combinação delas.

 

Sinais de alerta antes do feminicídio

 

  1. Isolamento da vítima: O agressor tenta isolar a mulher de sua rede de apoio, como amigos e familiares. Ele pode criticar as pessoas próximas a ela, fazer chantagens emocionais para que ela não saia de casa ou, até mesmo, monitorar suas conversas e atividades. O objetivo é que o agressor se torne a única referência na vida da mulher.

  2. Violência psicológica: Este é, muitas vezes, o primeiro sinal de alerta. Inclui humilhações, críticas constantes, manipulação e invalidar os sentimentos da mulher. Frases como "você está louca", "isso é coisa da sua cabeça" ou "ninguém te ama mais do que eu" são táticas para minar a autoestima e o controle emocional da vítima.

  3. Controle sobre a vida da mulher: O agressor quer controlar as finanças, as roupas que a mulher usa, o uso de celular e as redes sociais. Ele pode, por exemplo, exigir senhas de redes sociais ou do telefone, ou mesmo controlar quem a mulher pode seguir ou deixar de seguir. Esse controle é uma forma de dominação e posse.

  4. Ameaças e destruição de objetos: A violência patrimonial e as ameaças verbais são passos importantes na escalada. O agressor pode quebrar objetos de valor sentimental, documentos pessoais, ou ameaçar a vítima de morte ou de machucar os filhos ou animais de estimação. Essas atitudes servem para intimidar e manter o controle pelo medo.

  5. Ciúme doentio: O ciúme é usado como uma ferramenta de controle, disfarçada de "amor". O agressor age de forma possessiva, acusa a mulher de traição sem motivo, impede-a de conversar com outras pessoas e pode, inclusive, monitorar seus passos e exigir comprovação de onde ela esteve.

  6. O "Ciclo da Violência": A violência doméstica segue um padrão. Depois de um episódio de agressão (física, verbal ou psicológica), o agressor entra na "fase de lua de mel", na qual se mostra arrependido, pede desculpas e promete que a situação não se repetirá. Essa fase faz a mulher acreditar que ele vai mudar, mas a tensão e a violência retornam e o ciclo se repete, cada vez mais intenso e com intervalos menores.


 

O que fazer?

 

Se você ou alguém que você conhece está em uma situação de violência, procure ajuda. Romper o silêncio é o primeiro e mais importante passo.

  • Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, um serviço gratuito e confidencial que funciona 24 horas.

  • Ligue 190: Em casos de emergência e perigo iminente.

  • Procure uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) ou a Patrulha Maria da Penha: Peça uma medida protetiva de urgência.

  • Converse com alguém de confiança: Um amigo, familiar ou profissional que possa te apoiar e te ajudar a buscar o auxílio adequado.

A violência contra a mulher não é um problema privado, mas uma questão de saúde pública e de direitos humanos. O feminicídio não é um "crime de paixão", mas um crime de ódio e misoginia. Quem ama, não mata.